Fragmentação do DNA espermático e aborto de repetição

O aborto de repetição é um problema reprodutivo enfrentado por muitos casais que tentam engravidar. Apesar de vários estudos, mais de 40% das pacientes ficam sem uma explicação para a recorrente perda. Por isso é de extrema importância a pesquisa para identificar as possíveis causas.

Há evidências que demonstram o impacto dos fatores masculinos na perda gestacional recorrente. Vários estudos mostraram alto índice de fragmentação de DNA do espermatozoide no ejaculado nestes casos. O DNA espermático é altamente compacto, o que protege o genoma de danos externos. A fragmentação do DNA nessas áreas pode resultar em desenvolvimento embrionário anormal. Um estudo realizado com 2969 casais demonstrou que a fragmentação do DNA está associada ao aborto de repetição.  Pesquisadores descreveram que os parceiros das pacientes que sofrem abortos repetidos têm uma taxa significativamente maior de fragmentação de DNA espermático em comparação com maridos de mulheres sem esse problema. Se a fragmentação do DNA ocorrer e o dano for sutil há a chance de ser reparado após a fertilização. Entretanto, uma fragmentação significativa, além do limite reparável, pode contribuir para o desenvolvimento inadequado do embrião, falha na implantação e aborto espontâneo.

Acredita-se que a fragmentação do DNA espermático esteja associada ao aborto de repetição. No entanto, outras causas precisam ser investigadas.

Fonte: Fertility and Sterility, 112(1): 54-60, 2019

https://doi.org/10.1016/j.fertnstert.2019.03.003