A FIV é o tratamento mais avançado para casos de infertilidade, incluindo obstrução tubária, fator masculino severo, baixa reserva ovariana, infertilidade sem causa aparente e idade feminina avançada.
Apesar do aumento das taxas de gestação ao longo dos anos, a falha de implantação ocorre em cerca 60% dos casos.
Alguns pesquisadores sugerem que 2/3 deste insucesso seja devido a “defeitos” na receptividade do endométrio.
A Injuria Endometrial (IE) tem o intuito de aumentar a receptividade endometrial e promover a sincronização embrião/endométrio. O objetivo seria causar uma inflamação aguda local que poderia beneficiar o processo de implantação do embrião.
A técnica é realizada por via vaginal, guiada por usg, utilizando um cateter de biópsia (pipelle ou cureta), sem uso de anestesia.
No entanto, desde o primeiro trabalho publicado em 2003, não se chegou ainda a um consenso da data do ciclo menstrual que a IE deveria ser realizada (fase folicular, lutea ou na menstruação), do cateter a ser usado (soft ou cureta) ou do número de IE que devem ser realizadas antes da fertilização.
Mas vários estudos tem sido feitos tentando demonstrar o efeito benéfico da Injúria Endometrial nos resultados da FIV.
Um trabalho publicado em 2018 (metanalise) incluindo 10 estudos RCT mostrou alguma evidência da IE aumentar a taxa de gestação e de bebês nascidos; ser benéfica para pacientes com mais de 2 falhas de implantação; ter melhores resultados em ciclos com transferência de embriões a fresco, sendo feitos 2 procedimentos de IE na fase lutea anterior ao início da FIV.
Apesar dos resultados promissores muitos estudos são necessários para avaliar o real benefício da IE sobre o resultado da FIV.
Fonte: Fertility Sterility, 110(4): 687-701, 2018