O cardápio mediterrâneo se caracteriza pela riqueza no consumo de frutas, hortaliças (verduras e legumes), cereais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha), oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes), peixes, leite e derivados (iogurte, queijos), vinho, azeite de oliva e uma enorme variedade de ervas.
Nas décadas de 1950 a 1960 o pesquisador norte americano Dr. Ancel Keys estudou os hábitos alimentares de diversos países e percebeu como as pessoas da região mediterrânea tinham menor incidência de doenças cardiovasculares, apesar de consumirem uma dieta rica em gordura. Assim surgiu a dieta mediterrânea que conhecemos hoje.
Já se sabe que a dieta mediterrânea tem impacto sobre a fertilidade. Certos nutrientes, assim como os grupos alimentares, parecem ter um efeito maior sobre a saúde reprodutiva. Entretanto, existem relativamente poucos dados publicados relacionando os padrões alimentares com o desempenho reprodutivo assistido, e em especial a dieta mediterrânea.
Uma pesquisa publicada pela Universidade de Oxford, em janeiro de 2018, com a chancela da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), estudou 244 mulheres não obesas com idade entre 22 e 41 anos, investigando se a adesão à dieta mediterrânica está associada a um melhor desempenho da Fertilização In Vitro (FIV).
Os autores chegaram à conclusão que quanto maior a aderência à dieta mediterrânea (avaliada pelo MedDietScore), maior a probabilidade de atingir a gravidez clínica e o nascimento de bebes em mulheres não obesas com <35 anos de idade. Assim, os estudos sugerem que modificações na dieta e maior adesão à dieta mediterrânea podem ajudar a aumentar as chances de uma gravidez bem sucedida para mulheres submetidas ao tratamento de Fertilização In Vitro.
Fonte: Human Reproduction, Volume 33, Issue 3, 1 March 2018, Pages 494-504. https://doi.org/10.1093/humrep/dey003